Desisto

Lembram das postagens Amor Platônico e Daijoubu?
Então. Agora vou lhes informa o que aconteceu depois disso - é, mais uma postagem sobre minha vida amorosa. - Bem, parece que uns leitores acharam bem interessante e ficaram a me pergunta o que aconteceu e como vão as coisas. Bom... faz pouco dias, acho que uma semana, não sei acerto, que resolvi mudar.



Enquanto estou a escrever isso meus olhos ficam marejados. Não seguro as lágrimas. Deixo que fluam em meu rosto de pele morena, já que até agora elas não se mostraram ao decorrer dessa história.
Apesar das emoções, no momento onde eu as mais esperava - na negação - elas não vieram. Meu corpo se tremeu, fiquei triste, mas... não tanto quanto esperava. Talvez... porque não estava surpresa. Acho que seria mais provável que chorasse pelo "sim".
Mas choro em um sorriso. Não um sorriso doloroso. Um de verdadeira alegria.
Apesar dessas lágrimas serem de tristeza.
Estou dividida, mas não confundam com confusão.
Estou certa de que o ponto é esse, e tomei minha decisão: desisto.

Sim, desisto. Eu não queria desisti no começo, mas... acho que uma hora você percebe que não dá mais, não é? Não adianta tentar.
Choro de tristeza pela magoa que sinto, vendo nada acontecendo e tendo que parar no que nem começou. Sorrio, pois me sinto tão aliviada. Como se me soltasse de correntes.

Estas correntes que foram surgindo aos poucos.
De sonhos que tinha com ele, de simples atitudes e de idealizações me faziam desejar e sonhar com um ele que não seria meu. Não acredito que tenha o idealizado, que tenha me apaixonado por um simples sonho que criei em minha mente. Eu já gostei assim de outros garotos, como aquela imagem de "mocinho" de romance, entende?
Próximo a perfeição. Belo e popular.
Mas não foi desta vez.
Desta vez amei pelos defeito, pelas qualidades. Por ele em completo. Pelo nerd baka.
E aos poucos foram surgindo correntes que me prendiam a ele. Fiel.  Fiel a nada concreto. Mas a idealização me fez ficar lacrada ali, sem querer sair.

Mas eu gostava disso. De estar fixar a algo, mesmo inexistente.

Ficava comoda a essas correntes, pois só me prendia a elas.

Sim. Tenho medo de relacionamentos. Não sei porque, mas tenho medo. Não consigo me arriscar tanto assim, como algumas colegas fazem até com os garotos que elas idealizam como "mocinhos" e vão mais pela aparência do que por qualquer outra coisa.

Talvez seja por eu ter conseguido mais maturidade ao decorrer dos tempos, provavelmente, com mais rapidez do que a maioria. Ou será que sou seletiva demais? Talvez. Mas não acredito que isso sege de todo o mau, não é?

I'm free.

Eu tentava investi, mas mal conseguia. Não dava. E acabamos fingindo que nada aconteceu... de novo. É mais confortável assim?

É.

Machuca mais?

Não. Sinceramente machuca, mas não deve machucar tanto quanto se ele não falasse mais comigo, ou se o assunto sempre estivesse sendo levantado entre nós.

Nos apaixonamos um pelo outro na hora errada, e acabamos não nos correspondendo.

Mas demorou pra ficha cair, sabe?

Demorou mesmo.

Mesmo quando eu tinha parado de falar com ele, não tinha desistido. Mas ao me dar conta que não iria mesmo acontecer, que não tinha mais jeito; eu parei. Fiquei imóvel na cozinha. E um sutil sorriso surgiu.

É isso, não é? The end.

Exatamente. Chegamos ao fim.

Mas como assim acabou?

A verdade é que realmente me desapeguei. As correntes se desfizeram aos poucos, escorreram pelo chão como minhas lágrimas que nunca se esporam e quando ergui meus punhos... só haviam as marcas que elas já estiveram ali, porém se foram.

Se foram.

Arregalei os olhos, e as lágrimas finalmente escorregaram em meu rosto... e entre elas... um sorriso.

Livre.

Me sinto assim... livre.

A frustração passou agora só tenho um sentimento...: 

Liberdade.

Livre como o vento.

Assim como nossa Kagura que buscou tanto pela sua liberdade.

No final, apesar de tudo, é bom ser um espirito livre.

Demo... tomodachi dakara...

É, a amizade não foi abalada. Somos ainda colegas, nos falamos as vezes.

Continuo o tratando como o baka que ele é, e agimos como se nada tivesse acontecido como eu disse acima.

Devem pegunta se é estranho por tudo o que aconteceu entre a gente, mas acho que desde o começo, fingir que nada aconteceu, faz parte do nosso programa. Como robôs, se algo ocorre errado, não previsto, o modo "fingir que nada aconteceu" é acionado e voltamos ao ponto de partida. 

Sem ressentimentos. 

Sem marcas. 

Sem nada.

Agora posso me entregar a outros braços, a outros amores. A outros sonhos.

Claro que não tenho pressa nenhuma.

Apesar de adorar os cães, me pareço com um gato. Ou um lobo indomável.

Não gosto de me apegar, e essa foi a primeira vez que amei de verdade e me deu medo. Mas foi bom também.

Gosto da liberdade. Gosto de estar sozinha.

Você pode acabar tentando me prender, pode até conseguiu, mas vai depender de mim se isso vai avançar ou não. Se permitirei ou não.

Não é necessário ficar colado em mim, entende?

Vá andar com seus amigos e se divirta. Vá a balada e festeje, mas não espere que vou sempre contigo. Irei quando estiver afim. Mas tipo... balada? Não curto muito não, então não espere muito de mim principalmente nesse requisito.

Mas se for numa convenção de animê/mangá/HQ pode contar comigo. Principalmente se quiser jogar vídeo-game em casa.

Posso parecer fria, mas sou carinhosa sim. Gatos são carinhosos também. Só que são mais independentes.

Apesar de eu gostar mais de cachorro. Afinal sou fiel como um, e exijo o mesmo.

Tá vendo? É por isso que eu gosto dos nerds, tanto como amigos como para mais que isso. Eles me intendem.

Ah, vocês lembram do meu amigo?

Que me ajudou no meu caso, que passou pelas mesmas coisas que eu de maneira diferente?

Devem lembrar sim. Afinal ficaram me perguntado dele depois. XD

É, ele também levou um não. E também não desistiu. Só que ele insistiu mais que eu. Muito mais.

Bem... estava até mais fácil  talvez, já que ela estudava no mesmo horário que a gente - no meu caso não. Por isso o vejo tão pouco.- Ele gostou mesmo dela e investiu nisso.

Para chegar na sua musa ele tento de tudo um pouco. Opa! pouco não. Se eu disser "pouco" será o eufemismo do ano.

Ele tentou muito.

Ela gosta de garoto tipo bad boy - Não como Castiel meninas; que é um rockeiro com senso de humor. Não como o Inuyasha; que é rude, mas fica corado. Estou falando dos garotos que chamamos de "perdidos". Aqueles idiotas que provavelmente praticaram bullying com todo mundo, ou como eu disse os "mocinhos" populares que são como as meninas populares; bonitos e sem cérebro. Mas... cada um tem seu gosto. - e ele decidiu que iria se torna um.

Ele até foi um bad boy na outra escola - não é atoá que repetiu - mas ele é completamente um nerd. Como mudou?

Assim, só as notas e ele sempre foi de falar e participar. Fala alto. E acabou usando pelo seu beneficio (na outra escola era pro maleficio e por isso as professoras o mandavam sair da sala.)

Ela terminou com o namorado bad boy. - que meu amigo bateu nele na outra escola, antes mesmo de conhece-la. - Isso foi a um bom tempo, e foi mais um motivo pra ele investi nela.

Ele era meio cara de pau, dava indiretas e tal. Ela sorria. Mas nada.

Ele teve uma série de planos, frases e imagens românticas postadas no face pra ela, diretas e indiretas. E... sem grandes resultados.

Ele não desanimava (pelo menos é o que parecia).

E voltou novamente a se declarar de diferentes formas. Sempre. Sempre em busca dela.

Eu dizia: Mas... você não já disse a ela? Não é melhor esperar mais um pouco, hã? Ir a conquistando aos pouco e só depois novamente se declarar?

Mas ele disse: Ela sabe que eu gosto dela apenas. Não sabe ainda que a amo. Tenho que deixar isso claro.

E de várias formas ele continuou tentando, recebendo a minha ajuda e de alguns colegas - meninos e meninas - nossos. Uns só pra dar conselhos, outros pro conselho e pra pratica como ajudar a fazer cartinhas e tudo. Ficar mandando recado e tudo. Em media era eu e mais uma colega minha animada - rockeira, quero acrescentar porque isso é muito bom. Significa que ela tem um ótimo gosto por música! - que o ajudava. Ela ia falar diretamente com ela, e eu agia mais por trás o auxiliando em seus passos.

Tem que dizer uma coisa: ele é muito criativo!

Até que chegou mais uma confecção de carta.

Era uma que parecia um mini poster escrito em alemão - muitas ele escreveu assim, eu disse que ele gosta da Alemanha na outra postagem lembra? - e outros bilhetinhos e chocolate.

Tudo bem. Até ai vai.

Nossa colega foi levar até ela como sempre... nossa me lembro como se fosse hoje. Era Ed. Física. Estava saindo da quadra ao intervalo, e o encontrei cabisbaixo.

O que foi um choque.

Tipo ele muito animado. Muito mesmo. Quando alguém tão animado assim ficava pra baixo, é que eu realmente algo triste aconteceu.

Pra vocês conseguirem entender o choque, imaginei o Natsu de Fairy Tail triste? Imaginei a Rin de InuYasha triste? Imaginei a Risa de Lovely Complex triste?

Surpreendente e preocupante, não é?

Então, é isso ai mesmo.

Ele me deu o chocolate. Tremulo. E enquanto lhe perguntava o que aconteceu, as meninas - amigas da nossa colega, e que são nossas colegas também, uma até ajudou na hora da entrega que não foi bem sucedida - diziam para consola-lo. Elas o estavam consolando.

Ele segurava as cartas tremendo muito, e me disse que me contaria depois.

Um sorriso doloroso apareceu, e me veio um pensamento a cabeça.

Infelizmente... eu tinha acertado.

Na verdade... foi até pior do que eu pensei naquela hora.

Ela não aceitou nada.

Nenhuma das cartas, nem chocolate. 

Nada.

Brigou até.

Mandou parar. Parar com aquilo tudo de vez.

Se não parece iria até chamar seu pai.

Uma recusa definitiva e fria.

Depois de tentar tanto... deve ter doido muito.

Ele me contou no corredor. Eu tinha que voltar rápido pra aula. Estava em choque.

Porém ao mesmo tempo, meio que não estava muito surpresa. Tudo bem que não esperava seu modo rude de agir, mas... era tanta falta de resultado que... bem a esperança é a ultima que morre, e eu acreditava que poderia dar mais certo com ele do que deu comigo, mas mesmo assim... não parecia que iria a algum lugar como o idealizado.

Eu o consolei. Foi minha vez agora.

Ele ficava se perguntando: Por que? O que eu não tenho? O que falta? Eu fiz de tudo.

E eu lhe respondia: Gosto não se discute, não é? Assim, ela gosta de uns meninos meio alienados e "perdidos"...

- Mas eu fui assim.

- Mas... você não é isso. Olha, não que você tenha que mudar tudo agora, e sei que pra gente é difícil acreditar neste gosto dela e podemos achar ruim, mas se ela gosta... fazer o que? A culpa não é sua.

Aos poucos ele vai superando isso, fazendo as mesma perguntas de vez em quando: Por que não? Por que não eu?

E recebe as mesmas respostas minhas: Por que... ela tem um gosto alienado. ^.^'

É, ele evita falar com ela, mas depois - principalmente quando eu digo pra não ir - ele vai e ficava conversando com ela e as amigas como se nada tivesse acontecido.

Como se nada tivesse acontecido... hã?

Isso me parece um déjà vu.

E depois fica meio emburrado.

No caso deles não dá pra fingir que nada aconteceu. Foi muito longe pra fingir que não foi a lugar algum.

Se falam.

Mas não são mais amigos.

Porém, ao contrário de mim, não é a primeira vez que o coração dele se rompe. Não é a primeira vez que se apaixonada.

Ele sempre se dedica e sempre a mesma coisa. Tá, não exatamente a mesma coisa, já que uma é diferente da outra e suas reações também, mas vocês entenderam.

No final ele acabou desistindo também. Assim como eu, só que com ele foi mais de uma forma brusca.

Eu sou uma neko, mas ele é um inu.

Como um cão facilmente se apega. Se entrega e ama. É fiel e companheiro.

Se prende a essas correntes que eu temo tanto, sem estremecer. Apenas... se deixar prender, e aceita tudo por troca da atenção da dona.

Se dedica, se entrega não importa o que.

Um servente fiel.

Um servente que ama e idolatra sua dona incondicionalmente.

Pronto para receber e dar amor incondicional.

Preso a uma coleira que significava que é dela. O deixando ali para não escorrer de suas mãos.

Tão, tão fiel. Mais fiel a ela do que a si mesmo.

Tão, tão romântico. Idealista. Franco. Se declara, e não tem medo de gritar ao mundo.

Se vicia.

Idolatra.

Tudo isso para receber atenção. Afeto. Carinho; De quem mais ama.

Capaz de abrir mão de tudo e mais um pouco.

Corajoso.

Eu o invejo... um pouco nisso. Ele não teme tanto quanto eu.

Me escondo as vezes pela indiferença, não revelo meus sentimentos. A verdade é que naquela época eu estava com tanto medo de um não quanto de um sim. Talvez eu temesse mais o sim.

Se fosse um sim... o que iria ser?

Como eu iria reagir?

Isso me deixava com medo. Extremo medo.

Talvez medo de minhas expectativas não serem realizadas, ou por não saber me comporta, ou por ter que sair dessa minha areá de conforto e ter que dar para receber, pois é assim que se baseia uma relação.

Me arisquei uma vez pra passar por isso, mas não aconteceu.

Agora eu percebo que não sou como muitas garotas. Meu maior medo não é de ficar sozinha. Meu maior medo é estar com alguém... porém, ainda sozinha.

Não conseguir me conectar por completo com quem quer que sege ele.

Então, acabo agindo com indiferença. Escondendo. A unica forma que mais deixo transparecer meus sentimentos de paixão é através de sorrisos... tímidos.

Eu tenho extinto de liderança.

Dificilmente me verá feliz se me for fazer seguir regras que não me agradam, não importa que seja que as impunhas.

Acho que faz parte dessa minha natureza indomável. Quem sabe...

Há, meu caro amigo.

Acho que devemos aprender um com o outro.

Você tem que recuar mais, e ser menos impulsivos em relação ao amor. E eu mais impulsa.

Mas isso é difícil.

Eu sou como um filme de documentário = realista demais.

Você como um conto de fada = romântico demais.

Se nossas histórias virassem um conto literário, eu seria uma anti-heroína que nasceu da época do Realismo e você o mocinho perfeito do Romantismo.

Engraçado, não? Esses dois personagens tem tudo pra se dar mal, mas nos damos tão bem.

Provavelmente porque apesar de um sonhar tanto, e a outra ser tão pé no chão, ambos por mais que a vida apronte, puxe nossas pernas por baixo da cama em uma madrugada nos dando um susto, nos faz chorar, nos faz temer, se entregar, se arrepender, se ferir, nos faz sangrar... nos olhamos as cicatrizes, os rastros das lágrimas, a antiga face de medo e rimos.

Rimos.

Rimos, rimos, rimos e rimos.

Entre lágrimas, mas ainda rindo.

Entre a dor e o sofrimento, mas ainda rindo.

Afinal a vida é muita curta pra viver se lamentando. Somos jovens. Estamos prontos pra mais.

É tudo o que você tem?

Estamos pronto pra mais, de perto aberto. Não conseguirá tirar nossos sorrisos.

Porque por mais que o céu esteja mergulhado em escuridão, sempre terá um raio de sol ou o lindo brilho da lua para nos abençoa.

A luz.

Como a esperança.

Nos faz levantar e seguir em frente.

Kissus

Ja ne.

P.s. : Essa postagem - e a postagem Daijoubu - foram aprovadas pelo meu amigo antes de serem publicadas. Ele adorou!